quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

PAI - 10 ANOS DE SAUDADE

                        Pai. 
                     Hoje 21 de Dezembro se completa 10 anos que voce nos deixou fisicamente. 
                  Voce era genial em tudo que fazia, na sua maneira de ver e observar a vida a seu redor, tinha uma preocupação com as pessoas simples,  na sua opinião nos ensinavam muito, prestei muita atenção nos momentos que ficavamos juntos, em suas palavras, as vezes estavamos cada um de um lado, em nossas mesas  e derrepente vinha com suas tiradas, suas frases cheias de humor e sabedoria.
                Me dá saudade quando lembro da maneira como me acordava de manhã, as 6 e meia, não me chamava, apenas dava uma leve segurada pressionando o meu dedão do pé e bastava para me despertar, a casa com o aroma do café feito por voce Pai, a mesa posta, com pãozinho fresco que  ao acordar já tinha ido buscar na padaria no centrinho da Barra, ali na praçinha perto da delegacia, o leite quente, as frutas na mesa, ai começavamos nosso dia, depois iamos caminhando, conversando até o escritorio proximo a uma das cachoeiras na estrada de Suriname....caminho onde encontravamos Luis Bonfá entre seus carros antigos, as vezes Rubens Guershman na varanda da casa projeto de meu Pai com aquela voz e sotaque forte carioca, as vezes vinha falar com a gente, e seguiamos, me lembro das flores que voce apanhava para enfeitar e  perfumar a ante-sala e o nosso escritorio.
                As vezes ficava te olhando apenas, e o fotografando quando estava junto dos artesões que transformavam os desenhos e as pequenas maquetes em cadeiras, bancos, sofás orátorios e outros objetos lindos que criava ali mesmo, na oficina que voce  Pai instalou a alguns passos do escritorio no pé da pedra Bonita  na floresta da Tijuca.
                  Era inicio dos anos 80, não havia muita preocupação com  a defesa do meio-ambiente, mas sua preocupação ja era o que o homen estava fazendo com o planeta, destruindo as matas, os rios, me lembro das suas palavras , sobre a ansia consumista do ser humano, e o preço que iriamos pagar com a ganância so ser humano.
                   Uma vez estavamos no aeroporto, e encontrei algumas pessoas conhecidas, entre eles um grande produtor rural que nos foi apresentado, e meu Pai que adorava a Agricultura ,se dirige ao sujeito: "o que voce planta?"; Milho respondeu o produtor; e meu pai: Mas apenas milho? ( ele tinha horror a monocultura); sim , para ração!!!! confirmou o produtor, e meu Pai: "Só podia ser, mais um Filho Da Puta, que prefere alimentar porcos, ao inves de produzir alimento para a população", e saiu de perto praguejando encima do sujeito. As outras pessoas que nos conheciam ficaram sem saber o que fazer ou o que falar para amenizar a situação deixada por ele. Esse era meu Pai, como dizia Ziraldo e outros "O estilo Zanine de ser"
                    Meu Pai, se dedicou a agricultura no estado de Góias, ali (depois de ter ficado um periodo na China estudando) ele introduziu nessa propriedade  a policultura, produzindo milho, batata entre outras coisas, numa região com pouca chuva, passou a utilizar as erosões do terreno para armazenar agua, e assim tinha como irrigar todas a área plantada no ano todo; tTem materias em várias revistas com o sistema adotado por ele, muitos politicos, e dirigentes de sindicatos, assossiações e alguns com altos cargos em ministérios iam visitar a fazenda( proxima a Brasilia), levando pessoas para conhecer o sistema,e nas conversas prometiam mundos e fundos a ele, mas quando  da época da colheita da produção, sumiram todos, bom é uma longa e bela história.
                          Aprendi muito do que sei com voce, aprendi a respeitá-lo como profissional, como arquiteto, e como Pai, depois  um pouco mais velho que vim a entender o por que do convite para que eu fosse morar com voces logo depois de me formar, uma maneira sábia de nos aproximar, e com o tempo de convivência aprendi a ve-lo mais como Pai, a ama-lo mais ainda, agora que tenho meus filhos eu consigo decifrar muito de seus gestos e olhares para mim.....

                         SAUDADE DE VOCE PAI
                       



TRECHO DE DOCUMENTÁRIO FEITO POR ANTONIO CARLOS FONTOURA EM 1975


                         Me lembro desse documentário, eu tinha acabado de entrar na faculdade de Arquitetura, levei  meu amigo Ricardo Hilf de Moraes, na casa de meu Pai no Joá onde funcionava o escritório que aparece no filme, nos dias que estavam rodando este documentário, me lembro da conversar de Ricardo com meu Pai, sobre o campus onde estudavamos. 
                        Vi e acompanhei quando estava no Rio alguns desses projetos e a execução de suas obras da maneira como estão no filme.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Invasão - Ocupação Urbana e a Sustentabilidade

                  O Brasil foi o primeiro país da América Latina a incluir no texto de suas leis   "o direito à cidade" no Estatuto da Cidade, de 1998: garantindo o direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à propriedade urbana, à moradia, ao saneamento básico, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para todos”.

                    As cidades brasileiras estão longe de ser sustentáveis. Os brasileiros perdem em média, 2 horas ou mais por dia no trânsito, nas grandes cidades, não precisamos de pesquisa para comprovar , em alguns horários na Capital Paulista nas grandes cidades observamos centenas de kilometros de congestionamento.

                 A UNESCO em um de seus relatórios, mostra que mais de 30% da  população urbana do país vive em favelas, alagados e cortiços, um dos motivos para essa situação de insustentabilidade urbana é histórico: para os economistas e urbanistas, a partir do final da década de 1970, começaram a aumentar o numero dessas comunidades, e com o abandono do sistema habitacional no País pelo poder público, foram iniciados vários processos de invasão, criando assim núcleos habitacionais sem condições mínimas de moradia.

                   
               Sustentabilidade é dar condições de acessos a serviços  públicos básicos à população desses nucleos , para diminuir as desigualdades  social, política e económica , algumas cidades da região metropolitana de São Paulo e a maioria das cidades do interior do País, não tem fornecimento agua encanada regular e rede de esgoto sanitários(e em algumas áreas a água nem chega), por exemplo algumas cidades do Vale do Paraíba tem 3% de esgoto sanitário tratado, 97% é lançado em natura no Rio Paraíba do Sul, que abastece 3 estados da região. Causa dos elevados custos para o tratamento de água.

             O aparecimento deste núcleos habitacionais originados por invasões, e por consequencia a criação de comunidades e de periferias pobres é resultado da desigualdade social. “Para ficar perto de bairros com infraestruta urbana , parte da população faz opção por ocupar áreas próximas e assim acaba por se criar no ínicio pequenos núcleos habitacionais,  que com o tempo se transformam em grandes comunidades sem acesso a condições minimas, sem a rede de abastecimento de agua e energia, onde surge as ligações clandestinas o chamado "gato da água e luz legalizado"

             Alguns professores doutores no conforto de seus gabinetes, não discutem a solução dos problemas existentes  nas cidades, e comunidades carentes e alguns ainda definem : “Uma metrópole sustentável é aquela que na próxima geração tenha condições iguais ou melhores que as que temos hoje",  estão preocupados com o futuro, mas, sem encontrar soluções para resolver os problemas atuais, não terão como colocar em prática  as suas teses.
             A falta de acompanhamento dos técnicos das prefeituras, em especial dos tecnicos da área de planejamento urbano que não vão a campo, para verificar in-loco as condições da cidade, e a ausência de levantamentos sérios, é que permite o aumento das ocupações de áreas indesejadas nas cidades,  é também responsável pela proliferação destes núcleos habitacionais irregulares e pior em margens de rios a ocupação em áreas de preservação ambiental.

                   Os Arquitetos e Urbanistas instalados nas repartições públicas e institutos, instigados por alguns setores do governos priorizam o automóvel como meio de transporte solitário, pois o interesse em torno da industria automobilistica e suas industrias satélites é muito forte, a economia de alguns grandes centros do País depende da arrecadação na venda de autos e na venda de derivados de petróleo, esses tecnicos defendem a expansão do numero de vagas ao invés de priorizar o espaço urbano para o nós, projetando áreas de convivência sustentáveis sem a presença do automóvel. 


" A super estima do automóvel é uma das marcas do subdesenvolvimento, no qual também o transporte coletivo é precário" parte do  texto da Urbanista Ermínia Maricato, professora da FAUSP 

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

CENTRO VIVO?

                       O plano de recuperação urbana do centro antigo de São José dos Campos por parte da prefeitura tem gerado algumas dúvidas na sociedade. ]Motivado pela destinação do mais antigo teatro da cidade, o Cine Teatro Benedito Alves, abandonado pelo poder público há 8 anos, que pode ser transformado num espaço gastrônomico.
                      Em 2003 a prefeitura, depois de adquiri-lo junto à diocese local, deixou o espaço cultural  abandonado e está em péssimas condições, deteriorado com sérias infiltraçõe, não houve a preoucupação de fazer a manutenção do prédio.
                     O Projeto Centro Vivo é a menina dos olhos dos técnicos da prefeitura e do Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento (Ipplan), argumentam que é  para recuperar o centro antigo da cidade. segundo eles a região só abriga o comércio de rua e poucas moradias ( grande erro) faltou levantamento sobre o numero de prédios residenciais no Centro! , outro argumento de que no período noturno a região é tomada por marginais e pela prostituição, é na verdade assumir  a própria culpa nesse processo; As autoridades não fizeram o dever de casa!  E querem passar que a culpa por isso é da própria região central.
                    Desde 1990 estamos  acompanhando as promessas do Governo Municipal sobre o plano de revitalização, recuperação do centro da cidade, houveram algumas, melhor poucas intervenções na região: modificaram as curvas e raios das calçadas em cruzamentos, construíram foreiras, proibiram a colocação de novas publicidades e retiraram as que estavam poluindo e tampando as fachadas dos prédio. recuperaram a pintura de alguns prédios, recuperação da Capela de Nossa Senhora de Aparecida, mas alguns prédios que foram abandonados desde então, ver o prédio da Biblioteca Pública, na Rua XV de Novembro com detalhes e adornos de sua fachada desmoronando, pouco foi feito até agora,  já se passaram 12 anos e só ficaram promessas.  
                          Os ambulantes da zona central, alguns comercializando produtos ilegais, ocupando praças e ruas do centro da cidade, prejudicam os comerciantes que pagam alugueis, impostos e taxas , criando obstaculos em suas vitrines, além da degradação dos passeios públicos, por exemplo a Praça João Mendes (Jardim do Sapo) tombada pela prefeitura teve todo seus jardins detruidos pelos ambulantes. É um problema de fácil solução, basta rever as licenças/atividades concedidas, na verdade se trata de fiscalização por parte da Prefeitura, pesquisas junto à população frequentadora da região central aponta esse como o maior 
problemas.
                    Na verdade revitalizar o centro da cidade é fazer com que pessoas possam se sentir interessadas em investir e morar na região central, li um texto do Centro Vivo que menciona Curitiba e Recife como cidades que adotaram projetos semelhantes, mas se esqueceram de citar o Projeto da Lapa no Rio de Janeiro, bem sucedido, porque alem de incentivar a recuperação dos casarios e prédios comercias e antigos edificios residencias, também permitiram a construção de condominios com torres residenciais atraindo para a região muitos investidores. http://www.realizecoresdalapa.com.br/detalhes-coresdalapa.php.
                    Notei na ultima reunião a preocupação de alguns com estacionamentos na região, para torná-la atrativa, mas no codigo de zoneamento aprovado no ano passado retiraram os incentivos para se edificar prédios para esta atividade.
                    Discutir a vocação comercial do centro da cidade , e a preservação histórica de uma região já descaracterizada não basta, a discução precisa avançar para que tenhamos o centro revatilizado, com funcionamento do comercio, bares e restaurante durante 24:00 hs  e com a opção de moradia para quem quer estar proximo destes locais de convivio, em função da localização, comodidade, e da segurança do local.


             

             

sábado, 19 de junho de 2010

O PROFISSIONAL NO PODER PÚBLICO

A maioria dos Arquitetos e Engenheiros Civis no poder público, tem dificuldade em saber como fazer ( tem muita formação teorica)com o tempo eles passaram a ser os aplicadores dos códigos de Zoneamento, de obras entre outros. 
Portanto já não sabem fazer a leitura de um projeto do ponto de vista da Arquitetura.


Aprendemos na faculdade e continuamos após a ela, que na Arquitetura a arte de projetar é utilizada para o ser Humano, usufruir , admirar: a linha, a forma, a tridimensionalidade do conjunto arquitetonico.
Nós enquanto Arquitetos que somos, pensamos o espaço a ser utilizado pelo homem, mesmo em se tratando de Urbanização, o primeiro elemento ainda é o homem, a maquina que o transporta tem que ser objeto de analise sim mas num segundo plano, a malha viária é importante, desde que não interfira no meio onde se dará a convivência entre as pessoas.
Importante são os parques, as áreas de lazer e os equipamentos urbanos para práticas de esportes.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

COMPETÊNCIA NA ARQUITETURA







O arquiteto tem que identificar as condições essenciais para a compor  um projeto arquitetônico. Organizando os espaços, estabelecendo uma modulação entre eles e na relação direta com a utilização. Desenvolver o projeto arquitetônico com relação ao espaço ambiental, desenvolvendo a relação interior/exterior, bem como do projeto com o todo. Organizando assim os espaços com fundamentação na modulação.

O resultado desta análise deve ser passado ao projeto de maneira que tenha uma solução harmoniosa tanto na modulação, na forma utilizada, como no visual do produto final.
Hoje a tarefa do arquiteto é se concentrar na prioridade da recuperação da qualidade de vida urbana, as questões relacionadas à superpopulação urbana, escassez dos recursos naturais, poluição ambiental, exclusão social, falta de infra-estrutura urbana e outros problemas que vêm deteriorando o ambiente urbano e as relações humanas, participar, intervir e contribuir, retomando o controle das mudanças e do desenvolvimento  dos espaços urbanos.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

PRÉ-MOLDADOS

Projetos em estrutura pré-moldados de concreto



Edificios Comerciais em pré-moldados de concreto
cliente: FBV Participações Ltda.
Prédio 01 Av. Arthur C. Filho
Prédio 2 Calçadão Pça Diógenes R. Lima
Caraguatatuba SP

Durante muito tempo este sistema construtivo foi vítima de preconceitos, alguns arquitetos viam-no como um inibidor da criatividade e acreditava-se que era restrito às obras industriais ou grandes galpões para depositos.
Hoje observa-se outro tipo de comportamento entre os profissionais da arquitetura, onde vemos as estruturas pré-fabricadas estarem presentes na maioria das obras.
No Brasil, o arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, foi um dos percursores na utilização concreto pré-moldado na arquitetura, Projetou na decada de 60 (1960 a 1962) o prédio de apartamentos para os Professores da UNB - Brasilia, ele desenvolveu neste projeto todo o sistema construtivo , fundações, pilares, vigas, lajes e paineis em pré-moldados de concreto.
Depois disso, este prédio se tornou referência para alunos e arquitetos na utilização desta tecnologia.
A utilização de estruturas em pré-moldados de concreto para a execução de edificações modificou toda maneira de pensar o processo , a começar pela maneira de projetar



domingo, 20 de dezembro de 2009

VERTICALIZAÇÃO



Participei da primeira audiência pública para apresentar o diagnóstico da cidade elaborado pelos técnicos da Secretaria de Planejamento Urbano realizada no Sesc.
O objetivo maior da audiência pública seria debater o futuro da cidade de São José dos Campos , com relação ao uso e ocupação do solo, onde o tema principal girou em torno das propostas de verticalização da cidade, principalmente nas áreas centrais e diversos bairros
O tema verticalização é muito polemico, alvo principal deste debate, deveria ser discutido já, há muito tempo.
Como cidadão quero ver preservada a qualidade de vida da cidade que escolhi viver e não posso ficar indiferente ao crescimento da cidade e como arquiteto tenho que ajudar no encontro de soluções para que este crescimento não aconteça desordenadamente e que não fiquemos a tratar a questão urbanística de maneira a analizar apenas questões isoladas.
Alguns participantes se mostraram contrario a verticalização de maneira acalorada, defendendo apenas seu bairro ou o entorno de sua propriedade, outros de maneira lucida mostraram a necessidade da verticalização, a quantidade de empregos que as construtoras geram na cidade; Apenas ouvi todas as explanações dos tecnicos da Secretaria e também todas as colocações dos municipes inscritos, para ser sincero sai na duvida sem saber direito depois de ouvir muitas sugestões quem estava certo.
Temos pela frente o seguinte:
Conseguir que São José dos Campos tenha um desenvolvimento ordenado para que tenhamos qualidade de vida no futuro.
Que seja aplicado na cidade após a revisão da Lei de Zoneamento um ordenamento e direcionamento da expansão urbana, um gabarito de construção para cada zona.
A criação de cinturões proximos as divisas da cidade na direção da zona leste, para a construções de espigões.
E continuar com a politica de conservação e proteção de áreas de interesse ambiental, das áreas de interesse ambiental, histórico, e cultural.

CONE DE APROXIMAÇÃO


POR QUE MEU PROJETO COM 6,00 METROS DE ALTURA PRECISA SER APROVADO NO COMAR?
SE O LIMITE É DE 74,00 METROS!

A SECRETARIA DE PLANEJAMENTO NÃO TINHA CONHECIMENTO DO SISTEMA DE SEGURANÇA DE VOÔ.
PARECE BRINCADEIRA! NA CIDADE QUE MAIS DESENVOLVE TECNOLOGIA AERONÁUTICA OS TECNICOS DA PREFEITURA NÃO SABIAM


Abaixo trechos editados no site
http://www.vejosaojose.com.br/laudofalsodocomar.htm,

Tivemos acesso ao ofício 137/SPU/09, de 22 de julho de 2009, assinado pelo então Secretário Municipal de Planejamento, dirigido a 11ª Promotoria de São José dos Campos:

“Em resposta ao ofício estamos encaminhando cópia, na integra, do processo administrativo 9385-0/2009, aberto especialmente para acompanhar o desenrolar dos fatos e a atividade fiscalizatória empreendida, referente ao edifício erigido na av. São João, nº 500, nomeado de Esplanada Life Clube

Abaixo seguem narrados os principais fatos,

O empreendimento foi aprovado em nome da Construtora Helbor, com sede em São Paulo. Para assuntos locais os contatos são realizados com representantes da Construtora Oliveira Roxo.

O projeto substitutivo (de 80,00 metros para 79,40 m) para aprovação do Esplanada Life Clube se deu em 31/11/2006. Nessa ocasião, o município desconhecia a existência do sistema de segurança de vôo – ALS – implantado na área do CTA e, por isso, quando da aprovação do empreendimento, louvou-se, tão só, do Plano Específico de Vôos, para conferência da questão de navegação aérea.

Em 24/08/2007 os edifícios não estavam erigidos, conforme pode ser lido no documento juntado às fls 564, quando foi a empresa notificada a apresentar a autorização do IV COMAR (fls 563).

Em 17/09/2007 foi apresentado diretamente na Secretaria de Planejamento, por representante da Construtora Oliveira Roxo, o parecer de fls 02, favorável ao empreendimento à altura de 79,40m.

O documento foi aceito no âmbito administrativo como hábil a produzir os efeitos para o qual se destinava, até que em julho de 2008 o município foi comunicado pelo IV COMAR do indeferimento do pedido formulado pelo empreendedor posto que o conjunto residencial estava localizado na área de proteção do ALS do Plano Específico da Zona de Proteção do Aeródromo de São José dos Campos, violando o gabarito em 4,23m.

BOM TIREM SUAS CONCLUSÕES

SO TENHO CERTEZA QUE MEUS CLIENTES NÃO ENTENDEM O POR QUE SEUS PROJETOS TÉRREOS OU MESMO COM 02 PAVIMENTOS ESTÃO PARADOS E SEM APROVAÇÃO NA SECRETARIA DE PLANEJAMENTO URBANO DE SÃO JOSÉ DO CAMPOS.

SERÁ POR CONTA DOS VÔOS RASANTES

Rasante - adj. Que não se eleva a altura superior à do alvo: tiro rasante. / Diz-se do vôo de um avião, quando praticado a baixa altura, muito próximo do solo.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

SOBRE AS PEDRAS

RESIDÊNCIA SOBRE AS PEDRAS - ILHA BELA - SP 2008

Um espaço para a família conciliar Arquitetura e natureza, projetada de maneira a proporcionar uma visão geral da paisagem, a forma da residência é consequência do exterior com seu terreno em declive, das pedras, dos coqueiros , da vista da serra do mar e da vista do canal de entrada para o porto de São Sebastião.
Aproveitei ao máximo a topografia, sem alterar nada , sem deslocar uma arvore, uma palmeira , coqueiro ou qualquer pedra, colocando assim a residência apoiada sobre pilotis, dando uma maior leveza ao conjunto para com isto manter a forma natural do terreno por baixo do piso.

Vista do canal

terça-feira, 28 de julho de 2009

PAI


Nasceu em Belmonte, sul da Bahia , e desde criança era apaixonado por obras e serrarias. Filho de um médico, com 13 anos ele começou a fazer presépios de Natal para os vizinhos usando caixas de seringa do pai, feitas de papelão. Mais tarde, tomou aulas de desenho com um professor particular e, aos dezoito anos, foi para São Paulo, trabalhar como desenhista numa construtora.

Dois anos depois abriu firma própria no Rio de Janeiro para construção de maquetes. Da oficina de Zanine saíam os protótipos de projetos assinados por nomes como Lúcio Costa, Oswaldo Arthur Bratke e Oscar Niemeyer. Não havia respaldo melhor para dar os primeiros passos e conceber as próprias criações.

Em 1948, em São José dos Campos, SP, uma sociedade entre Zanine, Sebastião Henrique da Cunha Pontes, Paulo Mello e Hellmuth Schicker gerou a "Zanine, Pontes e Cia. Ltda", mais conhecida como "Móveis Artísticos Z", que produziu móveis por 12 anos para a classe média. O desenho dos móveis era assinado por Zanine, com forte influência modernista.

Nos anos 60, a convite de Darcy Ribeiro, integrou o corpo docente da Universidade de Brasília (UnB). Mesmo sem diploma, Zanine se tornou professor de maquete e, para obter o título, começou a investir no mestrado. Como criador empenhado em integrar seus projetos à topografia natural dos terrenos — nunca aterrou ou alterou solos para receber suas casas —, apostou no cerrado do Planalto Central como palco de projetos paisagísticos. Com o golpe militar de 1964 perdeu o cargo, tendo sido reintegrado apenas em 1989, sem voltar a dar aulas.

Perseguido, Zanine chegou a se asilar na embaixada da Iugoslávia, mas no último momento decidiu não viajar para aquele país. Reapareceu ao final dos anos 60. Estabeleceu-se no Rio de Janeiro onde construiu dezenas de casas no bairro de Joatinga, , um local de geografia privilegiada, situado entre Sâo Conrado e a Barra da Tijuca. Realizou alì uma arquitetura ao mesmo tempo colonial e moderna, cuja escolha de material privilegiava a preservação do meio ambiente e enfatizava o conceito de autoconstrução.

Durante muitos anos, Zanine foi o centro de uma polèmica que tentou impedi-lo de construir por nâo ser um profissional diplomado. Chegou a ser impedido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) de levar adiante a construção de alguns projetos. Mas o domínio da técnica e dos materiais era maior que as picuinhas da classe e Zanine acabou sendo reconhecido como arquiteto honoris causa.

Nos anos 70, ao se estabelecer em Nova Viçosa em sua comunidade “proto-ecológica”, reassume sua ligação com as técnicas caboclas e reinterpreta as tradições artesanais regionais.

Em 1980, fundou o Centro de Desenvolvimento das Aplicações da Madeira (DAM), um núcleo de estímulo à pesquisa sobre o uso das madeiras brasileiras na construção civil. Seu principal objetivo era evitar a crescente destruição das florestas no país.

No final da década de 80, seu trabalho foi exposto no Museu do Louvre, em Paris, trazendo-lhe o reconhecimento internacional. No mesmo período, deu aulas na escola de arquitetura de Grenoble.

Zanine morreu de enfarte,aos 82 anos. Já vinha sofrendo de hidrocefalia e apresentava diversas dificuldades de comunicação e raciocínio. Casado por seis vezes, deixou cinco filhos

Tom Jobim costumava dizer que o melhor lugar do mundo para se morar era uma casa de Zanine. O músico só aceitava dar entrevistas para a tevê se o cenário fosse um projeto do arquiteto. Misto de operário, escultor, maquetista, paisagista, artesão, inventor, político e observador, o baiano José Zanine Caldas realizou mais de 600 projetos. Mas o ‘‘mago da madeira’’, como gostava de ser chamado, morreu de infarto em 2001, aos 82 anos, no Espírito Santo, pobre, sem casa própria e tendo a pensão da Universidade de Brasília como único meio de sobrevivência. Fim curioso para quem teve reconhecimento internacional e fez exposições em vários museus do mundo. Em 1989, o Museu do Louvre, em Paris, abrigou uma mostra com maquetes, móveis e fotos das casas construídas por ele. Durante 40 dias, seus trabalhos foram mais visitados do que as obras de Picasso que estavam na sala ao lado. De lá, Zanine voltou com a medalha de prata do Colégio de Arquitetos da França, a mais alta representação da classe. Mérito de quem abandonou os estudos ainda no ginásio para se tornar desenhista de uma construtora em São Paulo. Desconhecido da maioria dos brasileiros por não ter assinado grandes projetos públicos, a melhor maneira de sentir o trabalho de Zanine é morando em uma de suas casas ou sendo amigo de quem tem uma delas. Nesse círculo restrito de pessoas, ele é cultuado como um gênio em seu ofício. A obra de Zanine é simples, elegante e ousada. Quem vive em uma casa projetada por ele habita espaços amplos, onde a luz natural é privilegiada e a integração com a natureza, muito grande. Ao contrário da maioria dos arquitetos, ele nunca mexeu na topografia natural dos terrenos num empenho de integrar ao máximo a construção à natureza. Por isso, uma sala podia conter uma rocha imensa que já fazia parte do local e uma árvore centenária por vezes atravessava uma varanda. ‘‘Na verdade, não há nas minhas obras, sejam casas ou móveis ou objetos místicos, outra intenção que não seja a de abrigar e refletir a natureza humana e não-humana do Brasil’’, dizia Zanine. Tudo que aprendeu foi no contato pessoal com artesãos e arquitetos. Autodidata, só freqüentou a universidade em Brasília como professor. Filho de um médico, com 13 anos fazia presépios de Natal para os vizinhos usando caixas de seringa confeccionadas com papelão. Grandes amigos, o arquiteto e designer Sérgio Rodrigues sempre foi admirador de seu trabalho. ‘‘Zanine tinha genialidade técnica e plástica. Descobriu por conta própria a arquitetura de verdade’’, disse o criador da famosa poltrona Mole. Às margens do Paranoá Quando o carioca Márcio Oberlaender decidiu construir sua casa, em meados dos anos 80, procurou Zanine para executar o projeto. Na época, Márcio vendia arte popular numa loja no final da Asa Sul e já conhecia o trabalho do baiano. A casa de dois andares é octavada — como se fossem dois quadrados superpostos — e lembra os templos chineses. No interior, uma das estantes foi desenhada pelo arquiteto enquanto via uma novela na televisão. Ali, madeira, vidro e pedra formam uma composição espetacular, acentuada pela vista do lago e um maravilhoso pôr-do-sol.
Nada de palpites Em pleno Lago Sul, a carioca Thaís Lombardi mora, há 25 anos, em uma típica casa de fazenda. Para construí-la foram necessários 16 caminhões de madeira vinda do Pará. Os troncos de ipê, tabaco e aroeira estão no piso, no telhado, nas portas e janelas e nas vigas de sustentação do imóvel. Quando foi visitar a moradora, com a casa já pronta e mobiliada, Zanine adorou a pintura das paredes, os móveis, a decoração e os detalhes. Thaís conta que, quando o arquiteto não gostava de alguma coisa, mandava tirar sem cerimônia. Apaixonado e temperamental, chegou a desistir de alguns projetos por causa dos palpites dos clientes. ‘‘Quando a pessoa começava a mudar muito o que ele queria, amassava o projeto e jogava tudo fora’’, lembra Thaís.
Acervo pessoal Zanine buscava equilíbrio entre o homem e a natureza que o cerca. Defendia a matéria bruta, sobretudo a madeira, como no banco Namoradeira (feito de um tronco de juerana de quase dois metros de diâmetro). Os móveis, ditos pesados, são de troncos únicos, raízes de árvores brasileiras e até pele de animais, como o Banco Pele de Boi. A empresária Vera Brant tem 47 peças de mobiliário projetadas por Zanine, que sempre que vinha a Brasília se hospedava na casa dela. A obra-prima No alto de uma colina, a casa da artista plástica Betty Bettiol é um dos grandes projetos do arquiteto na capital (são pelo menos dez casas criadas por Zanine em Brasília). A obra, que começou em 1975, durou quatro anos. Os troncos de aroeira sustentam a parte central, que abriga a área social. Também foram usadas braúna nas colunas e ipê no piso, teto, portas e janelas. Betty define o estilo de sua residência como uma mistura de oriental e baiano, e acredita que os que moram em uma casa construída por Zanine são pessoas preocupadas com a integração da moradia com a natureza. ‘‘Minha casa é despojada e aconchegante. Tenho a sensação que estou dentro de um ninho’’, revela a artista. As duas mesas circulares da sala de jantar foram feitas com o tronco de uma árvore doente da Amazônia. Logo na entrada, uma placa com a assinatura do arquiteto dá ao lugar status de obra de arte. ‘‘É a única casa assinada por ele’’, orgulha-se Betty.


Aprendi que a madeira tem duas vidas. A primeira, como árvore, a segunda, como mesa e cadeira, cama e armário, assoalho e vassoura, gamela e colher de pau, casa e curral, berço e caixão.

Zanine

Zanine é um caso feliz de autodidata. Sua escola foi a própria vida e a arquitetura seu caminho natural e inevitável.

Oscar Niemeyer
Maquete do edificio Sobre as Ondas - Guarujá SP