O Brasil foi o primeiro país da América Latina a incluir no texto de suas leis "o direito à cidade" no Estatuto da Cidade, de 1998: garantindo o direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à propriedade urbana, à moradia, ao saneamento básico, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para todos”.
As cidades brasileiras estão longe de ser sustentáveis. Os brasileiros perdem em média, 2 horas ou mais por dia no trânsito, nas grandes cidades, não precisamos de pesquisa para comprovar , em alguns horários na Capital Paulista nas grandes cidades observamos centenas de kilometros de congestionamento.
A UNESCO em um de seus relatórios, mostra que mais de 30% da população urbana do país vive em favelas, alagados e cortiços, um dos motivos para essa situação de insustentabilidade urbana é histórico: para os economistas e urbanistas, a partir do final da década de 1970, começaram a aumentar o numero dessas comunidades, e com o abandono do sistema habitacional no País pelo poder público, foram iniciados vários processos de invasão, criando assim núcleos habitacionais sem condições mínimas de moradia.
Sustentabilidade é dar condições de acessos a serviços públicos básicos à população desses nucleos , para diminuir as desigualdades social, política e económica , algumas cidades da região metropolitana de São Paulo e a maioria das cidades do interior do País, não tem fornecimento agua encanada regular e rede de esgoto sanitários(e em algumas áreas a água nem chega), por exemplo algumas cidades do Vale do Paraíba tem 3% de esgoto sanitário tratado, 97% é lançado em natura no Rio Paraíba do Sul, que abastece 3 estados da região. Causa dos elevados custos para o tratamento de água.
O aparecimento deste núcleos habitacionais originados por invasões, e por consequencia a criação de comunidades e de periferias pobres é resultado da desigualdade social. “Para ficar perto de bairros com infraestruta urbana , parte da população faz opção por ocupar áreas próximas e assim acaba por se criar no ínicio pequenos núcleos habitacionais, que com o tempo se transformam em grandes comunidades sem acesso a condições minimas, sem a rede de abastecimento de agua e energia, onde surge as ligações clandestinas o chamado "gato da água e luz legalizado"
Alguns professores doutores no conforto de seus gabinetes, não discutem a solução dos problemas existentes nas cidades, e comunidades carentes e alguns ainda definem : “Uma metrópole sustentável é aquela que na próxima geração tenha condições iguais ou melhores que as que temos hoje", estão preocupados com o futuro, mas, sem encontrar soluções para resolver os problemas atuais, não terão como colocar em prática as suas teses.
A falta de acompanhamento dos técnicos das prefeituras, em especial dos tecnicos da área de planejamento urbano que não vão a campo, para verificar in-loco as condições da cidade, e a ausência de levantamentos sérios, é que permite o aumento das ocupações de áreas indesejadas nas cidades, é também responsável pela proliferação destes núcleos habitacionais irregulares e pior em margens de rios a ocupação em áreas de preservação ambiental.
Os Arquitetos e Urbanistas instalados nas repartições públicas e institutos, instigados por alguns setores do governos priorizam o automóvel como meio de transporte solitário, pois o interesse em torno da industria automobilistica e suas industrias satélites é muito forte, a economia de alguns grandes centros do País depende da arrecadação na venda de autos e na venda de derivados de petróleo, esses tecnicos defendem a expansão do numero de vagas ao invés de priorizar o espaço urbano para o nós, projetando áreas de convivência sustentáveis sem a presença do automóvel.
" A super estima do automóvel é uma das marcas do subdesenvolvimento, no qual também o transporte coletivo é precário" parte do texto da Urbanista Ermínia Maricato, professora da FAUSP